ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ
O f ó ( Encantamento)
Mo júbà ènyin ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe OXORONGA!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
(Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga)
Vós que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do sangue
do fígado.
Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga
Vós que seguíeis os rastros sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de
fungos,e ele sobrevive, sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é
recolhido pela terra cobre-se de fungos e ele sobrevive,ó mãe muito velha)
Ìyámì Ò s òròngá não é um orixá, mas sim uma energia
ancestral coletiva feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina fechada
da Ìyámì El é ey e (minha mãe senhora dos pássaros), representada pela máscara
dos pássaros. A sociedade Òsòròngá congrega as àjé–feiticeiras que têm poderes
de se
transformarem em determindos pássaros è hurù, e
luùlú,àtióro,àgbìgbò e ò s òròngà ,este ultimo refere-se ao próprio som que a
ave emite e da nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos horários mais
críticos – meio-dia e meia-noite – ocasiões em que é preciso muita cautela para
que elas não pousem na cabeça de ninguém.
Suas cerimônias são realizadas no início da
estação do plantio relacionado à fertilidade.
Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú,
dividindo-se em duas partes a diurna e a noturna. Segundo nos conta um ìtàn do
Odù Ogbé Ò sá , diz que quando as Ìyámìs chegaram do Ò run pousaram em sete
árvores.
Segundo um Ìt ò n as 7 ávores das Ìyámìs seriam:
Orobo - Garcinea Cola
Àjànrèré - Ficus Elegans
Iroko - Chlorophora Excelsis
Orò - Antiaris Africana
Ogun Bereké - Delonex Régia
Arere - Triplochiton Nigericum
Igi ope - Elaeis Guineensis
Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação
diferente das sete árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose - Adansanonia Digitalia
Iroko - Chlorophora Excelsis
Ìyá -
Daniellia Olivieri
Asunrin -
Erythrophelum Guineense
Obobo - Não identificada
Iwó - Não identificada
Arere - Triplochiton Nigericum
A contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a
presença masculina no culto a ìyámí.
São detentoras de poderes terríveis,consideradas as donas da
barriga(por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém pode com seus E b
o,dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal.São ligadas diretamente ao ODU
ÒYEKU MEJI, são
propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa.
Seus poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las,vence-las
jamais.Relacionam-se com as ìyámìs Òsun a quem estão ligadas pela
ancestralidade feminina, bem como a Y e m o ja Odúa, considerada fundadora do
culto G È L È D È.
Deve-se lembrar portanto, que "òsò" é um título de
quem trás o Égan (símbolo de È s ù o qual
foi dado através das mãos de Ò s òròngà ( it ò n ò s éòtúrá
)e mesmo assim se foi iniciado no tradicional culto de `Obàtálá /Y e m o ja
Odùa e ainda tiver profunda relação com Ikú,através de algumas se suas
principais ònifás,como Òyèkú méjì,Òbàrà méjì,Òtúrúpòn méjì e algumas outras
poucas.O sangue( è j è )não é de nenhum Òrì s à a não ser de Ò s òròngà como
vemos no Oriki ( è j è ó yè ní kál è o - o sangue fresco que recolhe na terra
cobre-se de fungos )
Afirma a tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do
fígado e do coração, isto se deve por os chamados À se das oferendas são de Ò s
òròngà! estes orgãos se classificam em comportamentos Ofú (aqueles que produzem
a fazem circular a energia no corpo) estômago,
bexiga,vesícula biliar,intestino grosso e o intestino
delgado,como também em comportamentos Osa (coração,pulmões,rins,
fígado e baço - pâncreas) Estes detalhes são
importantíssimos no culto à Ò s òrongà e principalmente no culto È f é -G è l è
d è ainda mais se falamos do sacrifício de e l é d é (porco )
Relacionam -se com Ò s òròngà:
È s ù : somente com sua ajuda é que conseguimos a
comunicação com as Ìyámí,além de ser a prova viva do poder das Ìyámís.
Ògún: o senhor da cabaça de èédú (carvão) - onà iwó oòrùn
(caminho do oeste) é bem mais íntimo de Ò s òròngà,se não fosse ele o senhor do
sagrado ato da oferenda de animais,
juntamente com È s ù e Ò s òròngà .
Y e m o ja Odùa* :(Yemòwo) Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- e y
e (cabaça dos pássaros) é a Ìyá'nlá seu nome é modificação da palavra Odù
Logboje, a mulher primordial, também denominada E l e yinjú E g é ,a dona dos
olhos delicados fazendo parte das divindadesgeradoras representada pelo Preto,
fundadora do culto e sociedade G è l è d è.
Òs un :Grande protetora da gestação, é a Ìyámí-Àkókó, mãe
ancestral suprema.
Òs un Ìjimu e Ìyánla:A duas mais velhas Òs un, são as duas
ancestrais das mulheres.
Nàná: patrona da lama e dos primórdios da criação do Àiyé,é
a O m o Àtìóro oké O fa.
O ya e Yewa:são todas Ìyá- E l é y e possuidoras da cabaça
com pássaro símbolo do poder
feminino.
Olórí ìyá-àgbà Àj é E l é y e ,chefe supremo de nossas mães
ancestrais possuidoras d pássaros.
Ògágun ati Ò gájùlo ninu awon ìyámí ò s
òròngà.chefe supremo,comandante entre todas as Ìyámí.
Òrúnmìlà:Este foi o único òrì s à que quando as ìyámí
estavam zangadas conseguiu apaziguar sua fúria e desta forma salvou o àiyé e
restabeleceu a Harmonia,entre os Homens e Mulheres.
Toda mulher é uma Ajé,porque as Ìyámí
controlam o sangue menstrual elas representamos poderes místicos
das mulheres no seu aspecto mais perigoso.São as Avós,as mães em cólera que em
sua boa vontade a
própria vida na terra não teria continuidade
Ìtàn do Odù Ò sá Méjì
* Odùa TORNA-SE Ìyámí *
Nos primórdios da criação,Olódùmarè, o Ser Supremo que vive no
Ò run,mandou vir ao àiyé (universo conhecido) três divindades:Ògún (senhor do
ferro),O barì s à (senhor da criação dos homens) (2 -Um dos òrìsà funfun, sto
é,òrì s à que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas
oferendas) e Odùa(Y e m o ja), a única mulher entre eles.Todos eles
tinham poderes,menos ela, que se queixou então a Olódúnmarè.
Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça
(ìgbá e l é y e ) e ela se tornou então,através do poder emanado de Olódùmarè,
Iyá Won,nossa mãe para eternidade (também chamada de Ìyámí Ò s òròngà,minha mãe
Òshòròngà)
Mas Olódùmarè a preveniu de que deveria usar este grande
poder com cautela sob pena de ele mesmo repreendê-la.
" Olódùmarè diz qual é o seu poder?
Ele diz: você será chamada para sempre de Mãe de todos.
Ele diz:você dará continuidade.
Olódùmarè lhe entrega o poder.
Ele entrega o poder de e l é iy e para ela.
Ela recebe,o pássaro de Olódùmarè.
Ela,recebe,então,o poder que utilizara com ele.
Ele diz:utilize com calma o poder que eu te dei a você.
Se você utilizar com violência,ele o retomara.
Porque aquela que recebeu o poder se chamar Odù.
O homem não poderá fazer nada sozinho na
ausência da mulher"
"Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun obirin l'à se"
(Desde aquela época,Olódùmarè outorgou axé as mulheres)
Elas exerciam todas as atividades secretas:
"O mú Éégún jáde
O mú Orò jáde
Gbogbo nkan,kò si ohun ti ki se nigba náà"
(Ela conduz Egun
Ela conduz Orò
todas as coisas,não ha nada que ela não faça nesse tempo)
Mas ela abusou do poder do pássaro.Preocupado e humilhado,O
barì s à foi até Òrúnmìlà fazer o jogo de Ifá,e ele o ensinou como conquistar
apaziguar e vencer Odùa,através de sacrifícios,oferendas( e
b o com ìgbín e pas ò n Haste de Àtòrì) e astúcia.
Ele lhe oferta e ela negligentemente, aceita,a carne dos
ìgbín.
"Odù náà gba omi ìgbín,o mu ú
Nigbati Odù mu omi ìgbín tán ,inú Odù nr ò di e di e "
(Odù recebe a água de caracol para beber,
quando odù bebeu,o ventre de Odù se
apaziguou)
O barì s à e Odùa foram viver juntos.Ele então lhe revelou
seus segredos e,após algum tempo,
ela lhe contou os seus, inclusive que cultuava
Éégún.Mostrou-lhe a roupa de Éégún,o qual não tinha
corpo,rosto nem tampouco falava.Juntos eles cultuaram Éégún.
Aproveitando um dia quando Odùa saiu de casa, ele modificou
e vestiu a roupa de http://egúngún.Com/ um bastão na mão (opa),O barì s à foi à
cidade (o fato de Éégún carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com
todas as pessoas.
Quando Odùa viu Éégún andando e falando,
percebeu que foi O barì s à quem tornou isto possível. Ela
reverenciou e prestou homenagem a Éégún e a O barì s à,conformando-se com a
vitória dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso
pássaro pousar em Éégún, e lhe outorgou o poder: tudo o que Éégún disser
acontecerá.Odùa retirou-se para sempre do culto de Egúngún, e partiu para
partir o culto G è l è d è .Só e l é iy e , indicara seu poder e marcara a
relação entre Egúngún e Ìyámí.
" Gbogbo agbára ti Egúngún si nlò agbára e l é iy e
ni."
(Todo o poder que utilizara Egúngún é o poder do pássaro)
AS SENHORAS DO PÁSSARO DA NOITE
Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis ajés,
feiticeiras africanas, uma vez que ninguém as conhece por seus nomes. As Iyami
representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo
poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de
realizar grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e
a ambição das Iyami em favor próprio, embora não seja recomendável lidar com
elas.
O poder de Iyami é atribuído às mulheres velhas, mas
pensa-se que, em certos casos, ele pode pertencer igualmente a moças muito
jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas avós.
Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo,
voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma
Iyami empenhada em fazer proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém
seriam infinitamente menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).
Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros
jamais atacam membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar
seus próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo.
Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver
quem fala delas, trazendo sua influência.
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O
pássaro é o poder da feiticeira; é recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo
tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos maléficos.
Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira
permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da ave. Para
combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar pimenta vermelha no corpo
deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo
maculado por seu interdito.
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus
pássaros. É este pássaro quem leva os feitiços até seus destinos. Ele é pássaro
bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e é silencioso.
"Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra
levar os intestinos de alguém, levarão".
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de
barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dá dores de cabeça e
febre, não deixa que as mulheres engravidem e não deixa as grávidas darem à
luz.
As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas
vítimas. Toda Iyami deve levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião
das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma Iyami não pode atacar os
protegidos de outra Iyami.
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a
desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre irritada, seja ou não
maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal
dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento
desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.
Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui
proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim poderá alegar que
os homens as transgridem e poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não
sejam violadas. Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muito
virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma
fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável, se goza de muito
boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os
sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com
elas.
E só Orunmilá consegue acalmá-la.
Fragmentos sobre o culto Gelede e textos de:
Pierre F.Verger - do livro " As Senhoras do Pássaro da
noite" e do art.publicado em 1965 no "Journal de la Societe des
Africanisters"
..."Grandeur et decadence du culte de Iyami Osoronga
"
Organização e tradução-Carlos Eugenio M.de Moura.
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