OGBONI
ABO(Aborígene)
ÒSÌ
O SIGNIFICADO DO LADO ESQUERDO
Que o lado esquerdo (òsi) tem um significado especial nos rituais Ògbóni é inequívoco, indicado pelo costume dos gestos da iniciação, que situam o punho esquerdo sobre o direito (com o polegar recolhido para significar o segredo e o reconhecimento) quando se rende homenagem a Terra.
Este gesto se encontra em muitas das figuras edan e Onílé/Onílè. Os iniciados também saúdam uns aos outros com a mão esquerda e movem a esquerda enquanto dançam a àgbá dentro da casa Ogboni.
De acordo com Drewal, a predominância do esquerdo no simbolismo Ògbóni não tem nada a ver com o feminino; mais virtude, "acentua o sagrado, e por tanto é potencialmente uma matéria perigosa" (1989 a: 67). Em vista da envolvente evidencia na tradição oral Yorubá, incluindo a literatura da divinação de Ifá, de que a Tierra é uma deusa, a predominância do esquerdo nas cerimônias Ògbóni não é surpreendente.
Como Wándé Abímbólá, o principal erudito da literatura divinatória de Ifá, assinalou(1991), o lado direito, òtún, representa a força física masculina; e o esquerdo, òsì, a conciliação, poder espiritual feminino.
Na divinação de Ifá, os símbolos dos signos de Odù estão sempre ordenados em pares: os da direita representam o masculino, e os da esquerda representam o feminino (Epega n.d: 16; Bascom 1969: 40).
Ademais, o Yorubá associa o dedo gordo do pé direito com o "Espírito Ancestral Masculino", e o esquerdo com o feminino (Idowu 1962: 173; Abimbola 1992), ambos interagem para guiar o indivíduo até a realização de seu destino, tanto o dele quanto o dela.
Em parte por esta razão e em parte por outras que se discute bruscamente, o Yorubá considera imprópio usar a mão esquerda para apontar alguma pertence de seu pai. Daí o dito:
Omo àlè ní í f`owó òsì júwe ilé bàbá rè ("Somente um filho/a ilegítimo/a usa a mão esquerda para apontar o caminho a casa de seu pai") .
A causa de sua identificação com a masculinidade e a força física, a mano direita significa "dureza" (èle) . A esquerda significa "suavidade" (èrò) e metafóricamente é owó àlááfíà ("A mão da tranqüilidade") .
Não obstante, o simbolismo da esquerda não é exclusivo do feminino ou do Ògbóni, tem múltiplos significados, dependendo do contexto. Desde que a mão direita é a norma na cultura Yorubá, a mão esquerda é usada por sua vez para as transações locais. Sendo empregada principalmente para manejar as coisas sujas, em domínio público isto é owò ìdòtí ("mão suja").
No passado, nas aldeias tais como Kétu e Àkúré, a mão esquerda era razão suficiente para destronar um príncipe; como rei, e sumo sacerdote da comunidade, ele pode ofender aos Òrìsà se involuntariamente ou por descuido usar a mão esquerda para oferecer-lhes sacrifícios (Parrinder 1967: 27-28; Arifalo 1976: 161).
Não obstante, por causa da falta de freqüência em seu uso, a mão esquerda é owó ìsúra ou owó ìpamó ano ("reservada") ; guardar algo na mente é "esconder na mão esquerda". No reino do oculto, a esquerda conota algo oculto; por isso, owó awò ("mão do segredo"), um aperto de mãos com a esquerda afirma conhecimento de culto e solidariedade (ìmùlè) .
Desta maneira, na Iconografía Ógbóni a esquerda significa o feminino e o vínculo entre a mãe, o filho e entre os "filhos da mesma mãe" (Omo Ìyá) , a mística e ambivalente deidade da Terra, e o espírito do companheirismo e a autodisciplina dos iniciados.
- O G B O N I
Conta uma antiga lenda que no principio da criação, Ìyàmí, a grande mãe Ancestral deu a luz a 16 filhos. Os dois primeiros chamados Ogbo e Oni começaram a lutar entre si trazendo o caos e a desordem universal. Vendo Ìyàmí que seus dois filhos provocariam a destruição, tomou a ambos e lhes fez fazer um pacto de irmandade, jurando diante de seu amuleto sagrado que nunca mais lutariam entre si, nascendo assim a primeira Sociedade Secreta do Mundo que se formaria com a união destes nomes: OGBO_ONI... "OGBONI"
A Sociedade Secreta Ogboni, temida e respeitada por todos os que a conhecem, é a segunda corte judicial dos Yorubás. Ela tem como finalidade principal à proteção da comunidade, o estabelecimento da ordem em geral, assim como executar os castigos a que sejam submetidos os que violem as leis estabelecidas.
A esta sociedade só pertencem aqueles que guardam um comportamento ético, moral e social exemplar, não importando o nível intelectual, raça, procedência social nem sexo de seus membros. Entre eles estão os membros ativos que são os que realizam os ritos e cerimônias secretas; Bàbàlàwòs, Bàbàlàwòrìsàs, e Ìyàlòrìsàs e os passivos que só participam nas decisões a tomar e nos festins que sempre acompanham a realização posterior das mesmas. A esta sociedade pertencem também; Políticos, Doutores, Advogados, Militares e Anciãos da comunidade.
Os Ogboni, Omò Osin(os filhos do senhor da religião) incrementam quotidianamente através do estudo, ritos e cerimônias seu nível místico espiritual, e expurgam de seus sentidos os defeitos dos sentimentos impuros que comumente perseguem o ser humano.
Muitas sociedades de irmandade têm sido criadas imitando os estatutos principais desta sociedade entre elas estão os maçons, os cavaleiros da luz, para citar somente uns exemplos conhecidos, porém nenhuma atingiu a unificação, o respeito e os reais valores espirituais desta.
Os Ogbonis falam o mesmo Yorubá, porém dentro deste idioma, tem um "vocabulário especial", e certamente muito secreto, com que denominam deidades, objetos, ações, animais, etc... Estas palavras secretas são o que resta da antiga linguagem que utilizaram os homens para comunicar-se entre si, e com elas ativavam as energias para utilizá-las em benefício ou prejuízo segundo fosse a necessidade. É dizer, o Ogboni típico vive em harmonia com a natureza.
Os Ogboni se fazem chamar de OMÒ ODUDUWA, os filhos de Oduduwa, a deidade primaria Ancestral símbolo da criação, a deidade bicéfala do panteom Yoruba que representa a união do masculino e do feminino.
Também são conhecidos como OS OSÒGBO, pois sua base principal é radicada no Estado de Osògbo (Nigéria), a região da deusa Òsún. Assim mesmo se crê que a palavra Ogboni seria proveniente da união dos monossílabos Yorubas: OGBON-sabio e ENI-um que é.
A maioria de suas manufaturas artesanal é de bronze, símbolo da similaridade anti-corruptiva desta sociedade.
Este curto documento tem como finalidade simples, dar uma curta explicação geral acerca da fundamentação da Sociedade Ogboni, a qual tem sido durante muito tempo objeto de difamação e calúnias exprimindo um suposto costume desta sociedade em realizar sacrifícios humanos, assim como chegar por desconhecimento, a compará-la a organizações como a máfia.
Faz-se claro para qualquer pessoa com uso de razão, que a justiça se realiza segundo o grau de severidade ou agravantes do crime cometido, é de imaginar-se que em certas ocasiões a sentença promulgada pela sociedade Ogboni tenha sido a morte, não na forma de sacrifício como se vem alegando, más sim em forma de execução, como se vem fazendo milhares de anos na chamada civilização moderna nos casos em que os sentenciados a morte tenham quebrado as leis deles também.
Qual é a diferença que a sentença se execute com um machado, faca, que se execute com guilhotina, com injeção letal, fuzilamento ou cadeira elétrica? Alguns métodos aparentam ser mais bárbaros e selvagens e outros mais misericordiosos na forma de executar, esta têm sido a questão dos últimos tempos. E ao que parece continuam por parte de alguns, a falsa Idea que aqueles negros africanos analfabetos eram incapazes de estabelecer um sistema de ordem social igual a dos brancos civilizados.
Muitos dos que estudaram a sociedade Yoruba como filósofos ou geólogos europeus do século passado escreveram alguns artigos onde se narrava o caráter selvagem da sociedade a que fizemos referencia. Porém haveria de se fazer outro estudo mais profundo para analisar quem foram na realidade os mais selvagens..
ÒSÌ
O SIGNIFICADO DO LADO ESQUERDO
Que o lado esquerdo (òsi) tem um significado especial nos rituais Ògbóni é inequívoco, indicado pelo costume dos gestos da iniciação, que situam o punho esquerdo sobre o direito (com o polegar recolhido para significar o segredo e o reconhecimento) quando se rende homenagem a Terra.
Este gesto se encontra em muitas das figuras edan e Onílé/Onílè. Os iniciados também saúdam uns aos outros com a mão esquerda e movem a esquerda enquanto dançam a àgbá dentro da casa Ogboni.
De acordo com Drewal, a predominância do esquerdo no simbolismo Ògbóni não tem nada a ver com o feminino; mais virtude, "acentua o sagrado, e por tanto é potencialmente uma matéria perigosa" (1989 a: 67). Em vista da envolvente evidencia na tradição oral Yorubá, incluindo a literatura da divinação de Ifá, de que a Tierra é uma deusa, a predominância do esquerdo nas cerimônias Ògbóni não é surpreendente.
Como Wándé Abímbólá, o principal erudito da literatura divinatória de Ifá, assinalou(1991), o lado direito, òtún, representa a força física masculina; e o esquerdo, òsì, a conciliação, poder espiritual feminino.
Na divinação de Ifá, os símbolos dos signos de Odù estão sempre ordenados em pares: os da direita representam o masculino, e os da esquerda representam o feminino (Epega n.d: 16; Bascom 1969: 40).
Ademais, o Yorubá associa o dedo gordo do pé direito com o "Espírito Ancestral Masculino", e o esquerdo com o feminino (Idowu 1962: 173; Abimbola 1992), ambos interagem para guiar o indivíduo até a realização de seu destino, tanto o dele quanto o dela.
Em parte por esta razão e em parte por outras que se discute bruscamente, o Yorubá considera imprópio usar a mão esquerda para apontar alguma pertence de seu pai. Daí o dito:
Omo àlè ní í f`owó òsì júwe ilé bàbá rè ("Somente um filho/a ilegítimo/a usa a mão esquerda para apontar o caminho a casa de seu pai") .
A causa de sua identificação com a masculinidade e a força física, a mano direita significa "dureza" (èle) . A esquerda significa "suavidade" (èrò) e metafóricamente é owó àlááfíà ("A mão da tranqüilidade") .
Não obstante, o simbolismo da esquerda não é exclusivo do feminino ou do Ògbóni, tem múltiplos significados, dependendo do contexto. Desde que a mão direita é a norma na cultura Yorubá, a mão esquerda é usada por sua vez para as transações locais. Sendo empregada principalmente para manejar as coisas sujas, em domínio público isto é owò ìdòtí ("mão suja").
No passado, nas aldeias tais como Kétu e Àkúré, a mão esquerda era razão suficiente para destronar um príncipe; como rei, e sumo sacerdote da comunidade, ele pode ofender aos Òrìsà se involuntariamente ou por descuido usar a mão esquerda para oferecer-lhes sacrifícios (Parrinder 1967: 27-28; Arifalo 1976: 161).
Não obstante, por causa da falta de freqüência em seu uso, a mão esquerda é owó ìsúra ou owó ìpamó ano ("reservada") ; guardar algo na mente é "esconder na mão esquerda". No reino do oculto, a esquerda conota algo oculto; por isso, owó awò ("mão do segredo"), um aperto de mãos com a esquerda afirma conhecimento de culto e solidariedade (ìmùlè) .
Desta maneira, na Iconografía Ógbóni a esquerda significa o feminino e o vínculo entre a mãe, o filho e entre os "filhos da mesma mãe" (Omo Ìyá) , a mística e ambivalente deidade da Terra, e o espírito do companheirismo e a autodisciplina dos iniciados.
- O G B O N I
Conta uma antiga lenda que no principio da criação, Ìyàmí, a grande mãe Ancestral deu a luz a 16 filhos. Os dois primeiros chamados Ogbo e Oni começaram a lutar entre si trazendo o caos e a desordem universal. Vendo Ìyàmí que seus dois filhos provocariam a destruição, tomou a ambos e lhes fez fazer um pacto de irmandade, jurando diante de seu amuleto sagrado que nunca mais lutariam entre si, nascendo assim a primeira Sociedade Secreta do Mundo que se formaria com a união destes nomes: OGBO_ONI... "OGBONI"
A Sociedade Secreta Ogboni, temida e respeitada por todos os que a conhecem, é a segunda corte judicial dos Yorubás. Ela tem como finalidade principal à proteção da comunidade, o estabelecimento da ordem em geral, assim como executar os castigos a que sejam submetidos os que violem as leis estabelecidas.
A esta sociedade só pertencem aqueles que guardam um comportamento ético, moral e social exemplar, não importando o nível intelectual, raça, procedência social nem sexo de seus membros. Entre eles estão os membros ativos que são os que realizam os ritos e cerimônias secretas; Bàbàlàwòs, Bàbàlàwòrìsàs, e Ìyàlòrìsàs e os passivos que só participam nas decisões a tomar e nos festins que sempre acompanham a realização posterior das mesmas. A esta sociedade pertencem também; Políticos, Doutores, Advogados, Militares e Anciãos da comunidade.
Os Ogboni, Omò Osin(os filhos do senhor da religião) incrementam quotidianamente através do estudo, ritos e cerimônias seu nível místico espiritual, e expurgam de seus sentidos os defeitos dos sentimentos impuros que comumente perseguem o ser humano.
Muitas sociedades de irmandade têm sido criadas imitando os estatutos principais desta sociedade entre elas estão os maçons, os cavaleiros da luz, para citar somente uns exemplos conhecidos, porém nenhuma atingiu a unificação, o respeito e os reais valores espirituais desta.
Os Ogbonis falam o mesmo Yorubá, porém dentro deste idioma, tem um "vocabulário especial", e certamente muito secreto, com que denominam deidades, objetos, ações, animais, etc... Estas palavras secretas são o que resta da antiga linguagem que utilizaram os homens para comunicar-se entre si, e com elas ativavam as energias para utilizá-las em benefício ou prejuízo segundo fosse a necessidade. É dizer, o Ogboni típico vive em harmonia com a natureza.
Os Ogboni se fazem chamar de OMÒ ODUDUWA, os filhos de Oduduwa, a deidade primaria Ancestral símbolo da criação, a deidade bicéfala do panteom Yoruba que representa a união do masculino e do feminino.
Também são conhecidos como OS OSÒGBO, pois sua base principal é radicada no Estado de Osògbo (Nigéria), a região da deusa Òsún. Assim mesmo se crê que a palavra Ogboni seria proveniente da união dos monossílabos Yorubas: OGBON-sabio e ENI-um que é.
A maioria de suas manufaturas artesanal é de bronze, símbolo da similaridade anti-corruptiva desta sociedade.
Este curto documento tem como finalidade simples, dar uma curta explicação geral acerca da fundamentação da Sociedade Ogboni, a qual tem sido durante muito tempo objeto de difamação e calúnias exprimindo um suposto costume desta sociedade em realizar sacrifícios humanos, assim como chegar por desconhecimento, a compará-la a organizações como a máfia.
Faz-se claro para qualquer pessoa com uso de razão, que a justiça se realiza segundo o grau de severidade ou agravantes do crime cometido, é de imaginar-se que em certas ocasiões a sentença promulgada pela sociedade Ogboni tenha sido a morte, não na forma de sacrifício como se vem alegando, más sim em forma de execução, como se vem fazendo milhares de anos na chamada civilização moderna nos casos em que os sentenciados a morte tenham quebrado as leis deles também.
Qual é a diferença que a sentença se execute com um machado, faca, que se execute com guilhotina, com injeção letal, fuzilamento ou cadeira elétrica? Alguns métodos aparentam ser mais bárbaros e selvagens e outros mais misericordiosos na forma de executar, esta têm sido a questão dos últimos tempos. E ao que parece continuam por parte de alguns, a falsa Idea que aqueles negros africanos analfabetos eram incapazes de estabelecer um sistema de ordem social igual a dos brancos civilizados.
Muitos dos que estudaram a sociedade Yoruba como filósofos ou geólogos europeus do século passado escreveram alguns artigos onde se narrava o caráter selvagem da sociedade a que fizemos referencia. Porém haveria de se fazer outro estudo mais profundo para analisar quem foram na realidade os mais selvagens..
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